Pachamama pachamama cusiya cusyia

Amanheci finalmente sem estar punada. Isso mesmo punada. A altitude causa a tal da puna ou soroche. Uma sensação esquisita de mal estar, uma dor de cabeça que não passa e inchaço (eu estava parecendo uma bolinha). Em todos os dias na altitude tive essa tal de puna; tomava tylenol e nada, então no nosso ultimo dia, o guia Adrian me deu para tomar uma tal de pílula de alho. Tomei porque já estava apelando para tudo, e não é que resolveu. Então fica aqui a dica, se a puna lhe pegar, pílula de alho nela.
No dia seguinte do retorno a Belén, saímos com destino a Tafy Del Valle, como é bom estar na moto! Sentir o vento, ouvir as musicas no capacete e desfrutar de toda aquela paisagem. A estrada é nossa novamente. E vamos dançando ao som da musica do motor.
Uma certa nostalgia pairava no ar, e nos despedimos de Catamarca. No caminho para Tafy Del Valle paramos no museu da Pachamama, mãe da terra. Um lugar místico que mostra a vida dos pueblos da região. Segundo a crença local, os viajantes construíam um altar nos caminhos para venerar a Pachamama, pedindo proteção dos perigos. O viajante ao colocar uma pedra em oferenda, fala: “pachamama pachamama cusiya cusiya, madre terra ayudame, amparame que me vaya bien el viaje” desta maneira o altar vai crescendo e adotando uma forma triangular, onde cada pedra tem o simbolismo da vida e da historia de cada transeunte do caminho. Se denomina “Apacheta” e sintetiza um forte vinculo de união comunitária entre os habitantes dos pueblos. E lá fomos nós colocar nossa pedra e fazer nossa oferenda, agora também somos seus filhos e pedimos proteção para voltar para casa.
Chegamos a Tafy no inicio da tarde. É uma cidade num vale e para chegar até lá você tem que passar o Paso, que é o ponto mais alto de Tucumán. Uhauuu quantas curvas! Um parque de diversão para os motociclistas. Essa cidade parece Campos de Jordão, e é muito pouca conhecida pelos brasileiros. Quase não se vê turistas que não sejam os próprios argentinos de outras regiões. Mas não aproveitamos muito o dia, acho que o cansaço já começa a bater e aproveitamos para fazer um dia mais light.
Amanhã, que já é hoje kkk, por causa da falta do wifi, as publicações ficaram atrasadas, mas hoje coloquei tudo em dia. Dois dias em um :))
Mas voltando, hoje foram 850km de deslocamento até Corrientes.
Saímos bem cedinho dando tchau para Tucumán. Logo pela frente Los caracoles de Tafy. Uma estrada em formato de caracol. Pensa em curvas, muitas curvas e bem sinuosas. Ummm frio na espinha. Mas de boa, quando chega no final, a gente dá um suspiro e faz cara de alegria. Venci.
A revoada dos passarinhos anuncia a chegada em Santiago Del Estero. Êta lugar bom para ter passarinhos, é muita plantação em volta, ou seja, comida fácil.
E o nosso “amigo” vento aparece... E golpeou a moto de tudo que é jeito. E ela andou um bom tempo inclinada e graças ao braço do piloto, a negona aprumou e foi em frente. Ao mesmo tempo um calor inclemente ao ponto que em alguns pontos da estrada parecia ter miragem. E de repente um odor horrível!!! O que é isso?! A frente um matadouro (frigorifico). Taí a explicação. Acho que não vou comer mais carne. Talvez kkk, mas foi Pank kkk
Para acalmar o coração aparecem os campos de girassol! Coisa linda, agora me despedindo deles. Muitas fotos. E o agradecimento a Gauchito Gil, no blogger do Usuhaia falei muito dele, e toda vez que andamos nas estradas da Argentina, fazemos nossa oração a ele.
850 kmmmmm..... e chegamos no final da tarde em Corrientes. E nada como ficar num excelente hotel para repousar os músculos! E claro que o maridão não quer me ver estressada. Então, ele faz assim: coloca 850 km num dia e no final escolhe um baita hotel para acalmar a fofa aqui. Esperto esse cara! Kkkk
E nos despedimos da Argentina com um lindo por do sol! Hasta la vista baby!
Amanhã entramos na terrinha!!!
Juli e Tati amamos vocês!!!