domingo, 12 de novembro de 2017

En Las Orillas do Salar de Antofalla

Depois de uma noite bem esquisita por conta estática. Vocês não imaginam meu horror. Depois do jantar, fomos para o hotel e Dinho deitou para descansar e eu ao lado peguei o computador para escrever os acontecimentos do dia no blog. Até aí de boa. Dai terminei e ele já estava dormindo, apaguei as luzes e me deitei. Na cama tinham dois cobertores de lã, porque aqui a noite faz muito frio. Quando me ajeitei e o sono começou a chegar começo a escutar um barulho que parecia como estivesse saindo faísca, dai me mexi mais um pouco e senti como fosse um choque. Não prestou!!! Dei um pulo da cama e joguei as cobertas no chão. Ele acordou atordoado sem sabe o que estava acontecendo. Daí falei e ele gritou de lá. “É estática criatura, não estudou não foi” kkkk Ai mais aí não dava mais par ficar debaixo daqueles cobertores. Peguei um lençol fininho e me cobrir; mas no meio da noite veio o frio. E agora? O jeito era tentar pegar o tal do cobertor e o medo. Como Dinho tinha falado que eu pegasse na maçaneta para descarregar a eletricidade. Fui lá e daí deu uma mexida na porta e eu ao tentar pegar o cobertor que não consegui, pois fiquei com medo de tomar choque, ainda levei um susto com susto dele que acordou já preparado para bater, pois achava que estavam mexendo na porta. “Meu Deus, Dêda vai dormi, quase enfartei agora” KKKkk  Então fui né. Sem cobertor mesmo. E não quero saber tão cedo de um. Esse de  negocio estática não é boa coisa.
Saímos por volta das 8:30 para Antofalla. O caminho é algo que parece estar dentro de um livro de pintura. Passamos inicialmente pela Quebrada de Calalaste, a natureza cria essas quebradas com a passagem de água, e com ela a vida floresce. É lindo de ver, a água alimentar tudo em volta. Subimos até 4.800m de altitude e chegamos no esplendor dos Andes. No horizonte, o vulcão Antofalla com seu pico de neve e ao redor um verdadeiro jardim de vulcões, muitos mesmo. Todos inativos há muitos anos, mas deixaram de presente um cenário cenográfico de tanta beleza. Uma temperatura espetacular que dava a sensação térmica de 5ºC, mas quem sentia frio diante desse espetáculo?! Ao largo, as montanhas cobertas de “hiros” dando um dourado especial e camuflando as vicunhas que pastavam livremente. E o Salar de Antofalla desponta entre as quebradas com mil cores ao seu redor, Los Colorados! Lindas montanhas coloridas e a suavidade das formas atenuadas pelo vento são paisagens únicas. E para ficar mais show e eu entrar de vez em estado de graça, ouvi do meu lindão “ Deixe eu tirar uma foto sua e lhe colocar na paisagem para ficar mais linda ainda” MORRI....aí sou só suspirossss....
E realmente retornei ao meu estado de graça, já adorava nosso guia, A Cristina e o Vitor de colegas passaram a ser de fato, nossos amigos de viagem, e quando abrimos o coração para coisas boas, tudo de bom acontece.
E tivemos o privilegio de ver um pastoreio tosquiando uma ovelha, e a oportunidade de ouvir um pouco suas historias como a presença de puma pelas redondezas atrás das ovelhas dele. Chegamos ao Mirante que dá para o Salar de Antofalla, o mais largo do continente, Depois de tanto sal, vida... Que máximo da passagem: Salares, lagunas, nevado, um dos vulcões seismilles e o mais importante, a Comunidade Colla Indigena Atacamenha Antofalla. Ao fundo a cordilheira dos Andes emoldurando toda essa beleza.
O cuidado do nosso guia com o altar de San Espedito, santo das causas urgentes nos faz pensar no quanto a vida é bacana para aqueles que nunca perdem a Fé em suas crenças.
Fomos então conhecer a comunidade indígena, muito recíprocos e de uma gentileza fenomenal. Eles estavam comemorando a Festa da Tradição, onde passam aos mais jovens o respeito as tradições e a união entre os irmãos. Quanta coisa se aprende num só dia. E tenho a certeza do muito que aprendi com pessoas tão simples e que me ensinaram tanto. Agora cabe a mim levar isso adiante e assim farei. Uma viagem dessas ensina a gente o quanto de bom tem o mundo a nos ofertar.
Para coroar o dia, o nosso almoço foi uma “picada en las orillas do Salar de Antofalla “ Nosso guia providenciou um lanche muito bom e paramos num “puesto matadero”. Foi o melhor almoço da nossa viagem, com vista panorâmica para o Salar. Dividir a mesa é sempre a oportunidade de aumentar os laços e dá sentido a vida: Pessoas, um valor inestimável!
Seguimos para finalmente terminar o passeio do dia e conhecer os três Ojos del Campo. São três Ojos na cor azul, vermelha e negra. Um espetáculo da natureza. E tudo só foi possível por não estar de moto nesse momento. E todo e qualquer arrependimento de não ter ido de moto até Antofagasta desapareceu! Algumas vezes temos que dá chance a vida de nos proporcionar momentos como esses. E a você meu grande amor DINHO! Dedico o dia de hoje e todos os outros da nossa vida. Hoje ouvi a maior, a mais linda e pura declaração de amor: “ As pessoas falam que somos almas gêmeas, mas na verdade quando faço uma viagem dessa com você, encontro minha Alma”.


Juli e Tati amamos vocês!!!!































2 comentários:

  1. Foi o relato mais emocionante que você já postou não só nessa viagem, mas nas anteriores.
    Agradecer e agradecer a Deus por ter permitido que vocês vivessem experiências de vida inigualáveis.
    Que viagem cheia de encantos, de descobertas, de reafirmação de um amor sem limites que os une.
    Deus lhes abençoe sempre e sempre!
    Bjs
    Mainha

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