domingo, 19 de novembro de 2017

Infinitude de Emoções

Tudo estava certo para retornarmos a São Paulo no sábado, aproveitaríamos dois dias em Balneário Camboriú para descansar e ir até Joinville matar um pouco a saudade dos amigos e da cidade. Contudo, na quinta o noticiário anunciava a vinda de muita chuva; então para quê arriscar o que vinha dando tão certo. E não “me gusta” pegar muita chuva na estrada. E logo resolvemos arrumar tudo e retornar na sexta. Vê nossas pequenas era prioridade agora.
E o dia rapidamente amanheceu como se estivesse dando pressa para gente. Hora de voltar para casa! E vou lhe contar, como é bom voltar. Exaustos fisicamente, mas com energia renovada. Poder abraçar e beijar muitooo meus bebes (Tá não são mais...mas para os nós pais sempre serão).
E a estrada até São Paulo estava ótima! Nada de chuva, pouquíssimo engarrafamento, muitas e muitas motos no caminho. E como é legal encontrar amigos motociclistas nas estradas. Eles têm um modo muito especial de se cumprimentarem. Abrem as mãos ao vento como se fossem tocar num bater de mãos; levantando para cima com os dedos recolhidos e apenas os indicador e dedo médio esticados formando um V.  Um simbólico gesto que fala muito. Você normalmente, não sabe quem é; mas pelo simples fato de dividirem o mesmo gosto por estar na estrada de moto, faz com que todas as barreiras do desconhecido se quebrem e demonstre a irmandade motociclística, respeito, união e companheirismo.
E as emoções da volta afloram e a gente fica mais sensível, e nossa mente voa e ao passar próximo a Registro, a lembrança do nosso eterno amigo Edinho esteve tão presente entre nós e de lá do céu, ele recebeu o nosso cumprimento. E “ter a certeza que andar de moto lhe mostra a fragilidade da vida. Você passa o tempo todo cuidando dela e o redobrando os cuidados”.
E no final tudo vale a pena! A gente desafia nossos limites, abre novos horizontes e faz da estrada nosso destino.
E ao chegar em casa, muitos e muitos beijos também na nossa Negona do Zioazul. Moto fantástica!!! Obrigado lindona, chegamos seguros.
Sentir o calor do abraço de quem amamos e ficou espreitando no blog a cada dia para saber como estávamos e onde estávamos, não tem preço. Isso é voltar!
E o blog na realidade é apenas uma brincadeira gostosa de prolongar na memoria das lembranças divertidas da viagem, as vezes engraçadas, as vezes piegas (kkkk, faz parte) uma “infinitude” de emoções,  e ao compartilhar mantemos uma conexão preciosa com todos aqueles que amamos e nos faz descobrir que “É tão bonito, quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense estar” -_- Repito e repito essa frase.... Sempre temos que lembrar! Valeu turma!!! Amamos vocês! Como disse alguém muito sábio: “Os bons amigos conhecem todas as nossas histórias. Os melhores fazem parte dela”
E jamais deixe de ir até onde você puder e quando chegar lá vai mais longe e sinta o verdadeiro sentido dessa frase, a frase que definiu tudo que sentimos nessa viagem: “Pensar que no eres mejor que nadie, ya te hace ser mejor que muchos....”

CHILOÉ... nos aguarde!2019 chegamos ai!

Juli e Tati amamos vocês!!!
Meu Dinho essa letra fala tudo que eu poderia sonhar em falar para você: Te amo eternamente!!!!
“Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo
É o meu amor

E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança
A gente brinca
Na nossa velha infância

Seus olhos meu clarão
Me guiam dentro da escuridão
Seus pés me abrem o caminho
Eu sigo e nunca me sinto só”





















sábado, 18 de novembro de 2017

Hoje não teve Rock n' Roll

Hoje a saída foi um pouquinho mais tarde por “mi culpable”! Amo viajar de moto, de verdade, troco qualquer viagem para fazer de moto. Mas não posso fazer comprinhas. Ontem à noite, enquanto esperávamos o inicio do show de luzes, fui visitar como quem não quer nada, uma lojinha de “recuerdos” e vi uma tigela em madeira feita por índios locais. Apaixonei. E meu lindão percebeu isso ao me olhar, aquele olhar fatal de criança pidona. E como ele é um maridão lindão. Dai falou: “Tá Dêda, se embalar direitinho acho que dá para levar atrás da moto” Não pensei duas vezes, agarrei a tigela e fui correndo para o caixa. Não podemos em situações como essas deixar a pessoa pensar duas vezes kkk. E no dia seguinte, deu um pouco de trabalho para colocar na moto com segurança, mas ele conseguiu. Daí o pequeno atraso.
Pois bem, pegamos a estrada e seriam 830 km..  E aquela tigela tirou um pouco do meu espaço. Ficava encostando nas minhas costas. Oh ideia de “jerico”! Vai valer, fica calma Dêda, pensava com meus botões.
Só que agora não era quem nem na Argentina, retão. Nada de pista dupla durante um bom período e teria serra de Lages para descer em pleno feriado. Pensa no engarrafamento.
Lá fomos, a vontade de chegar em Balneário Camboriú falava mais alto. Vamos dormir na nossa casa, nossa cama, nosso chuveiro. E passar o dia seguinte só de prega. Vale a pena 830km.
Os primeiros 400km foram bem tranquilos, sol maneiro, ventinho bom; mas a partir dai o calor pegou. Falam que essas roupas de moto são preparadas para o frio e calor. Acredito haver um engano. É só para frio kkk. Mas tem também o fator emocional. É deslocamento, significa que não vai ter nada de muito interessante para ver, e sim vencer os quilômetros para chegar no destino.
Sabendo disso, e para amenizar, tudo é motivo para tirar fotos. Seja a estrada, o boi passando, o pássaro que vai apenas aparecer um ponto preto na foto. Tudo vale e é motivo de muitas risadas a cada parada.
Que vê uma coisa legal, é procurar nos postos onde colocar o adesivo da viagem. É o mesmo que marcar território. Passamos por aqui!
Mas apesar de todo jogo do contente, é cansativo pra dedeu....
Tem horas que desaprendo a subir na moto, caio de madura ao descer e coloco o capacete ao contrario e ainda sofro bullying de Dinho por essas situações, mas aí tudo acaba mais uma vez em boas gargalhadas.
Único dia de viagem que pegamos a noite. Moto e noite não combinam. Os olhos dele chegaram vermelhos de tanta atenção e ainda recebi carão. Fui tirar uma fotinha e a noite o flash entra.
Olha a mãozona! “Não senhora, guarde a maquina” Ownnn sem fotos a noite. E o que fazer?! E aí seu capacete começa: “low battery” a cada cinco minutos. Aquela voz irritante de computador. Confesso que perdi um pouco a compostura com meu capacete kkkk
Chegamos as 21 horas em BC!!! Linda, maravilhosa!!! E daí amigos, comida e cama!!! Hoje não teve rock n' roll, afinal não dava nem para tocar guitarra kkkk
Filhotas, amanhã SP!!!

Juli e Tati amamos vocês!






















Noite Iluminada

Saímos de Corrientes na terça dia 14, um pouco mais tarde, a viagem era curtinha, 570 km. Aiiii como fiquei alegre. Ótimo para descansar um pouco mais dos 850km do dia anterior.
Um dia lindo de sol, digno de despedida da Argentina.
Um tapete de Estrada, um parque de diversões. Incrível como conseguimos interagir com tudo em volta. E foi avião que surgiu e parecia se despedir da gente, tipo “Hasta luego Hermanos...”
Finalmente uma foto de um carcará mais nítida, e para completar a natureza, fomos pegos de supressa com a agilidade de um filhote de veado-campeiro. O ronco do motor assustou o bichinho, mas a sua espetacular agilidade, o fez rapidamente sumir por pela mata.
Uma estrada linda rodeada de muito verde e do jeito que gosto, quase nenhum movimento. E de repente um calorão que vocês não têm ideia. Passamos por uma cidade que todos os sinais estavam fechados, foi um tal de abrir todos os compartimentos da jaqueta para entrar um pouquinho de ar.... que calorrrr.... e quando veio então o estradão a frente livre renasci. Ufaaa vento muito vento. Seguimos para a fronteira. E eu toda entusiasmada, tome a tirar foto. Massss meu lindão entrou no local errado e aí a “polícia argentina” grita logo: “El Señor está en el lugar equivocado y la señora aquí no se puede tomar fotos” kkk já era tarde. Tirei todas e ele não confiscou a minha maquina kkkk Um sorriso amarelo e um pedido de desculpas resolveu tudo.
Entramos no Brasil. Terrinha amada e cheia de estrada em péssimas condições. Como pode?!!! Masss faz parte da viagem, cria um certo clima de aventura. Desviar de “crateras e orelhas no asfalto” requer um quê de adrenalina. E meu piloto dá um show no comando da Negona.
Como destino final, as Missões. São Miguel das Missões. Já passamos algumas vezes por essa estrada, mas nunca paramos. Desta vez, não perderíamos a oportunidade de conhecer. E valeu. Que lugar lindo e cheio de Histórias. Conhecer ao vivo e a cores, tudo aquilo que um dia aprendemos na escola é sensacional. E os estudantes do Rio Grande do Sul, tem esse privilegio. O local estava invadido por ônibus escolares. À noite, eles apresentam o espetáculo de som e luz e as ruinas.
    O Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo é um conjunto de ruínas da antiga redução de São Miguel Arcanjo, integrante dos chamados Sete Povos das Missões, e um dos principais vestígios do período das Missões Jesuíticas dos Guarani em todo o mundo, localizado no pequeno município de São Miguel das Missões (RS). Vale muito conhecer, mas para ir ao show, vou lhe dá uma dica, que não falaram para gente. Leve um cobertor ou algo parecido para colocar no gramado. Isso mesmo. As pessoas ficam sentadas no gramado a noite para assistir o espetáculo. Na espera, comecei a vê que aquele tanto de estudante estava carregando um cobertor e fiquei cabreira. “Mas não tem tanto frio assim... para quê querem isso?!” Hummm ao entrar entendemos. Sentar na grama a noite, pode até parecer romântico, mas os bichinhos começam a lhe morder, e isso é muito agradável kkk.  E fora que no escuro, você corre o risco de sentar, digamos em excrementos animais. Pulamos essa por pouco kkkk. E Dinho, ao vê-lo na grama, fez uma cara que vocês nem imaginam. E tome a se olhar e cheirar para ter certeza, que não se deitou em nada parecido.
A noite fomos presentados com uma estrela cadente espetacular!!! Que céu!!! Na escuridão total é que temos a dimensão da grandeza de uma parte do nosso universo. Reza uma lenda ocidental que os deuses, muito curiosos, para saber como era a vida na Terra, punham-se a olhar para baixo, e nestes momentos podiam fazer deslizar uma estrela. A estrela cadente simbolizava, portanto, o momento exato em que um deus estava olhando para baixo, por isso criou-se a lenda de que era um bom momento para fazer um desejo, pois ele seria ouvido e realizado. E rapidamente, o coração do paizão falou mais alto: “Muita felicidade para minhas filhotas”. E a noite terminou um encanto que se guarda para o resto da vida.
Amanhã dia de 830 kmmmmm vamos chegar em Balneário Camboriú!

Juli e Tati amamos vocês!