sábado, 31 de dezembro de 2011

Dias 12 e 13: Ushuaia, acá estamos nosotros.


Aproveitamos os dias 30 e 31 para conhecer Ushuaia, virar o ano e nos preparar para o retorno.
O nome da cidade provém do idioma indígena yámana: us (ao fundo) e uaia (baía). Em meados de 1520 a expedição de Fernão de Magalhães ao Sul da América do Sul rendeu as primeiras descrições da Terra do Fogo. Os navegantes espanhóis observaram fogo e fumaça sobre a costa setentrional, e em virtude disso batizaram a ilha como Tierra del Fuego. A cidade foi fundada em 12 de outubro (fazemos aniversário no mesmo dia) de 1884 (sou um pouco mais novinha, RS), sobre as costas do Canal de Beagle, e é rodeada pelos montes Martial e Olivia, da cordilheira dos Andes, e pelos férteis e belos vales glaciais.
No início do século XX foi construído nas proximidades da então aldeia de Ushuaia o célebre Presidio de Ushuaia, que funcionou de 1902 a 1947 e após um longo tempo de abandono, foi transformado em um museu, o Museo del Fin del Mundo. O museu exibe, entre outras curiosidades, a linha de ferro mais austral do mundo, que conduzia os presos do Presidio de Ushuaia aos campos de trabalho situados no atual Parque Nacional Tierra del Fuego. Recentemente a linha de ferro foi reativada com propósitos turísticos, conectando o terminal, situado no parque nacional, com a Baía de Lapataia.
Ushuaia conta com boa infra-estrutura hoteleira e gastronômica, onde são servidos pratos tradicionais da região como a centolla (imperdível), a merluza-negra (imperdível), os mariscos, os pescados e também o assado de cordeiro da Patagônia.
Comemos centollas maravilhosas no restaurante da Elvira e ainda mais saborosa no Tanta Sara, assim como a merluza-negra. Preferimos as servidas quentes, mas não podemos deixar de provar as naturais também. Um deleite dos deuses.
Há uma oferta grande de hotéis, para todos os gostos. O único senão é a calefação. Nunca reclamei tanto de calor como aqui. Seja nos hotéis ou restaurantes ou lojas, é um baita calorão.
Os preços estão praticamente iguais ao do Brasil. Acho que o pessoal daqui descobriu que brasileiro gosta de “deixar dinheirinho no lojinha”.
Navegamos  no Canal de Beagle até o Farol do Fim do Mundo numa excursão de mais de quatro horas, na qual tivemos a oportunidade de ver leões marinhos e muitos pingüins, e tome foto.
Aproveitamos que estávamos de moto e fomos percorrer nela mesmo, o Parque Nacional até a placa da Bahia Lapataia, ponto obrigatório para fotos assim como a Estação de Trem.  É uma estrada de ripio, mas em bom estado. Só se prepara para a poeira.
Tudo isso é atrativo em Ushuaia, alimentando a imaginação dos aventureiros de todo o planeta de chegar ao fim do mundo.
Um ponto alto destes dois dias foi conhecer pessoas, lembrando o que alguns vezes Osvaldo respondia ao ser questionado por que íamos fazer viagens sós: “quem viaja de moto, nunca viaja só”. E é verdade. Seja por identidade de interesses com outros motociclistas, seja pela forte solidariedade que existe neste grupo de viajantes, seja fruto da simples curiosidade e admiração dos que passam por nós.
Assim, tivemos a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas.
Encontramos o Dolor e Angela, Os caciques dos Fazedores de Chuva. Essa é a terceira vez que completam o circuito o Ushuaia/Alasca. Foi ele que nos disse a frase que resume muito o sentimento de quem chega em Ushuaia. “Qualquer um pode fazer, porém , poucos o fazem”, é isso que faz com que Ushuaia seja um dos grandes desafios dos aventureiros e um presente aos que conseguem.
Uma dupla de meninas cariocas muito especiais, a Malu e a Rafa, mãe e filha, que encontramos no posto logo na chegada em Ushuaia e por um feliz coincidência nos reencontramos no barco da excursão à pingüineira.
Um casal de Italianos Luigi e Sara em plena lua de mel. Eles são da Sardegna, um ilha encantadora que pelas fotos que nos mostraram, um dia vamos lá.
Uma turma de gaúchos muito especiais. Gente bacana mesmo: Angelita, Diogo, Eduardo e Max. Nos encontramos no posto em Rio Grande e hoje nos reencontramos no restaurante.
E isso estamos falando apenas daquelas que encontramos pessoalmente. Agrego a esse grupo, os novos e velhos amigos virtuais ou não, que nos dão a honra de acompanhar nosso blog.
Um beijo e um cheiro a todos!!!
É essa poesia que permite a vida ficar mais bela e quando você é levado por uma moto, tem a oportunidade de dar vida a essa maravilhosa aventura.
Hoje, comemoraremos o fim do ano no Fin Del Mundo ao som bucólico dos navios ancorados no porto. E brindaremos a chegada de 2012: O Começo de Tudo.
Estaremos com todos vocês em nossos corações, em especial as nossas Ju e Tati.
Gostaríamos de lhes desejar tantas coisas... Mas nada seria suficiente... Então, desejamos apenas que tenham muitos desejos. Desejos grandes...
E que eles possam te mover a cada minuto, no rumo da sua FELICIDADE!!!
Feliz Ano Novo!!!


 Ju e Tati, amamos vocês!
























































Dia 11: Fin Del Mundo! O Começo de Tudo.

Com um dia de atraso no relato, mas por uma boa causa.....

Na noite da véspera da viagem para Ushuaia fomos dormir meio ansiosos, e como estávamos muito cansados, arrumamos e apagamos.
Logo bem cedo, acordamos um pouco nervosos, afinal tinha chegado o grande dia. Um mistura de felicidade e medo do desconhecido. Mas como Osvaldo sempre fala que coragem não é não ter medo de fazer algo, mas fazer apesar do medo. Deste modo, lá fomos nós.
Um dia belíssimo de sol, estradas tranqüilas e a companhia constante dos “vientos”, com isso fomos nos tranqüilizando a cada curva, a certeza que conseguiríamos. É só uma questão de fé. Já tínhamos ido muito longe para pensar em desistir agora.
O que nos preocupava era o ripio, nossa experiência na entrada do parque Torres Del Paine, não tinha sido das melhores, mas teríamos que vencer essa etapa.
Chegamos no Punta Delgada ponto de travessia do estreito de Magalhães por volta das 10:30 e logo encontramos um motociclista que vinha de Campinas para Ushuaia, o Mauro, e logo em seguida chegou um casal de brasileiros, Kleim e Jaqueline, que vivem no Paraguai, e têm uma moto muito estilosa (Victory) que chama a atenção por onde passa.
Os caminhos de Deus são fantásticos. É como se Ele mandasse dois anjos para nos acompanhar naquele caminho de ripio, que tanto nos preocupava. Não estávamos mais sozinhos. Aliás nunca estivemos, disso tenho absoluta certeza, agora.
E aí nessas horas, me vem a cabeça uma canção de Gonzaquinha, que diz o seguinte: “É tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense estar...É tão bonito quando a gente sente, que a gente é tanta gente por onde quer que a gente vá...”
E fomos, e mais uma vez, abençoados encontramos um ripio consolidado, com muito menos pedras soltas. Cuidadosamente iniciamos essa travessia de 140 km.
Um silêncio total, nem uma palavra inicialmente trocada, até o momento que percebemos que era possível. Conseguimos! E nossos anjos sempre atentos. Cada vez que um parava, o outro esperava e só continuava quando estavam todos bem.
Fizemos juntos as Aduanas de saída do Chile e entrada da Argentina juntos. E acreditem, tivemos muita sorte, pois a Aduana do Chile, estava um verdadeiro inferno astral. Sorte, pois por estarmos todos juntos, as três motos. Fomos encaminhados rapidamente e passamos na frente de todos. O que levaria umas três a quatros horas, só custou apenas uns quarenta minutos.
Fantástico. Nem o vento atrapalhou. Quando terminamos a estrada de ripio e chegamos na de asfalto, a alegria tomou conta da gente e a certeza que estávamos muito perto de realizar nosso sonho. Chegar em Ushuaia.
Essa é uma viagem que tem um significado muito importante para nós. É o começo de uma nova era em nossas vidas. Uma era, mais forte, mais leve e mais azul.
E assim acontece, à medida que nos aproximávamos do portal, por uma estrada magnífica, uma pintura de Deus; a euforia tomava conta de nossos corpos. Uma moto guiada por um sonhador que acreditou na vida e agora festejava sua vitória.
Uma historia de amor e superação que se concretizava e foi ao som de Halleluia, cantada ao vivo por Bon Jovi, que entramos em Ushuaia.
Linda, ensolarada e radiante. Ao nossos olhos naquele momento, não existia lugar no mundo mais belo.
Agradecemos e muito a Deus por estar presente em todo nosso caminho; as nossas filhotas por acreditarem na gente, aos nossos pais por nos darem a tranqüilidade que precisávamos e aos nossos amigos que nos seguiram a cada dia.
E para brindar a essa realização, fui surpreendida à noite com jantar romântico e o mais belo pedido de renovação votos de casamento, com a mais linda aliança de brilhantes! E o melhor, pelo homem da minha vida, do qual me orgulho mais a cada dia. (Você é um grande vitorioso.)
Que mais posso dizer...
....Viver é bom nas curvas da estrada e ter com quem dividir esse amor não tem preço...Juntos iremos muito além que possamos imaginar.
Fin Del Mundo é apenas o começo de tudo!

 Ju e Tati, amamos vocês!