Aproveitamos os dias 30 e 31 para conhecer Ushuaia, virar o
ano e nos preparar para o retorno.
O nome da cidade provém do idioma indígena yámana: us (ao
fundo) e uaia (baía). Em meados de 1520 a expedição de Fernão de Magalhães ao
Sul da América do Sul rendeu as primeiras descrições da Terra do Fogo. Os
navegantes espanhóis observaram fogo e fumaça sobre a costa setentrional, e em
virtude disso batizaram a ilha como Tierra del Fuego. A cidade foi fundada em 12
de outubro (fazemos aniversário no mesmo dia) de 1884 (sou um pouco mais
novinha, RS), sobre as costas do Canal de Beagle, e é rodeada pelos montes
Martial e Olivia, da cordilheira dos Andes, e pelos férteis e belos vales
glaciais.
No início do século XX foi construído nas proximidades da
então aldeia de Ushuaia o célebre Presidio
de Ushuaia, que funcionou de 1902 a 1947 e após um longo tempo de abandono,
foi transformado em um museu, o Museo del
Fin del Mundo. O museu exibe, entre outras curiosidades, a linha de ferro
mais austral do mundo, que conduzia os presos do Presidio de Ushuaia aos campos de trabalho situados no atual Parque
Nacional Tierra del Fuego. Recentemente a linha de ferro foi reativada com
propósitos turísticos, conectando o terminal, situado no parque nacional, com a
Baía de Lapataia.
Ushuaia conta com boa infra-estrutura hoteleira e gastronômica,
onde são servidos pratos tradicionais da região como a centolla (imperdível), a
merluza-negra (imperdível), os mariscos, os pescados e também o assado de cordeiro
da Patagônia.
Comemos centollas maravilhosas no restaurante da Elvira e
ainda mais saborosa no Tanta Sara, assim como a merluza-negra. Preferimos as
servidas quentes, mas não podemos deixar de provar as naturais também. Um
deleite dos deuses.
Há uma oferta grande de hotéis, para todos os gostos. O
único senão é a calefação. Nunca reclamei tanto de calor como aqui. Seja nos
hotéis ou restaurantes ou lojas, é um baita calorão.
Os preços estão praticamente iguais ao do Brasil. Acho que o
pessoal daqui descobriu que brasileiro gosta de “deixar dinheirinho no
lojinha”.
Navegamos no
Canal de Beagle até o Farol do Fim do Mundo numa excursão de mais de quatro
horas, na qual tivemos a oportunidade de ver leões marinhos e muitos pingüins,
e tome foto.
Aproveitamos que estávamos de moto e fomos percorrer nela
mesmo, o Parque Nacional até a placa da Bahia Lapataia, ponto obrigatório para
fotos assim como a Estação de Trem. É uma estrada de ripio, mas em bom estado. Só se prepara para
a poeira.
Tudo isso é atrativo em Ushuaia, alimentando a imaginação
dos aventureiros de todo o planeta de chegar ao fim do mundo.
Um ponto alto destes dois dias foi conhecer pessoas,
lembrando o que alguns vezes Osvaldo respondia ao ser questionado por que íamos
fazer viagens sós: “quem viaja de moto, nunca viaja só”. E é verdade. Seja por
identidade de interesses com outros motociclistas, seja pela forte
solidariedade que existe neste grupo de viajantes, seja fruto da simples
curiosidade e admiração dos que passam por nós.
Assim, tivemos a oportunidade de conhecer pessoas
maravilhosas.
Encontramos o Dolor e Angela, Os caciques dos Fazedores de Chuva.
Essa é a terceira vez que completam o circuito o Ushuaia/Alasca. Foi ele que
nos disse a frase que resume muito o sentimento de quem chega em Ushuaia. “Qualquer
um pode fazer, porém , poucos o fazem”, é isso que faz com que Ushuaia seja um
dos grandes desafios dos aventureiros e um presente aos que conseguem.
Uma dupla de meninas cariocas muito especiais, a Malu e a
Rafa, mãe e filha, que encontramos no posto logo na chegada em Ushuaia e por um
feliz coincidência nos reencontramos no barco da excursão à pingüineira.
Um casal de Italianos Luigi e Sara em plena lua de mel. Eles
são da Sardegna, um ilha encantadora que pelas fotos que nos mostraram, um dia
vamos lá.
Uma turma de gaúchos muito especiais. Gente bacana mesmo:
Angelita, Diogo, Eduardo e Max. Nos encontramos no posto em Rio Grande e hoje
nos reencontramos no restaurante.
E isso estamos falando apenas daquelas que encontramos
pessoalmente. Agrego a esse grupo, os novos e velhos amigos virtuais ou não,
que nos dão a honra de acompanhar nosso blog.
Um beijo e um cheiro a todos!!!
É essa poesia que permite a vida ficar mais bela e quando
você é levado por uma moto, tem a oportunidade de dar vida a essa maravilhosa
aventura.
Hoje, comemoraremos o fim do ano no Fin Del Mundo ao som
bucólico dos navios ancorados no porto. E brindaremos a chegada de 2012: O
Começo de Tudo.
Estaremos com todos vocês em nossos corações, em especial as
nossas Ju e Tati.
Gostaríamos de lhes desejar tantas coisas... Mas nada seria
suficiente... Então, desejamos apenas que tenham muitos desejos. Desejos
grandes...
E que eles possam te mover a cada minuto, no rumo da sua
FELICIDADE!!!
Feliz Ano Novo!!!
Ju e Tati, amamos
vocês!
Parabens ao casal, um belissimo relato de quem realiza um sonho, parece q volta a ser crianças novamente.
ResponderExcluirNunca estamos sos nas estradas da vida e sempre encontramos amigos em comum no motociclismo. Conheci o Dolor la no lago titicaca Nov ano passado, ele sim descobriu o sentido da vida.
Nos proximos dias irao encontrar 2 amigos nossos de Floripa e se der com uma bela festa no inicio do dakar.
Aproveitem muito esses momentos...
Evandro Dalben
www.pisteiros.com.br
Dêda... Atente para as gravuras e fotos no museu de como os índios que os europeus encontraram aí andavam nus, isso me impressionou... Por isso terra do fogo... Não havia outro jeito... Ehehehehehh
ResponderExcluirQuanto a calefação, considere que eles não são preparados para o calor, do mesmo modo que nós aqui não somos preparados para o frio... Como nós aqui só temos um mês de frio no ano, eles só tem um mês no ano sem gelo por toda parte, e mesmo assim as noites são frias... Volte aí em outra estação do ano e compreenderás melhor... (Não recomendo...)
Bjs,
Ayrton.