Dia 06: Navidad en San Julian

Saímos de Puerto Madryn por volta das 08 horas com destino a Puerto San Julian. 

Lembra do batismo dos vientos ontem, aquilo nem chegou ao que passamos hoje.

Vientos patagônicos em uma palavra: CHATO! Em duas palavras MUITO CHATO!! Esse tal fenômeno da natureza, fez a moto andar deitada num verdadeiro malabarismo. Haja braço para segurar a moto. E de quebra, enfrentar curvas e mais curvas com caminhões à vista.

Enfrentar essa estrada é preciso experiência e coragem. A coragem Dinho teve, mas como ter experiência, se ele nunca tinha pilotado com algo parecido. Quando você pensa que acabou o vento, aí é que começa numa força de arrepiar os mais experientes. Acho que rezei um rosário inteiro, e como Deus sempre nos acompanha chegamos em paz.

Vários guanacos no caminho, muitas e muitas touceiras. Perdi a conta, mas uma paisagem muito bonita, principalmente próximo Comodoro Rivadavia, onde a estrada começa a margear o atlântico. Um verdadeiro cartão postal.

Chegamos por volta das 20 horas e ficamos hospedados no Hotel Bahia. O único três estrelas da cidade.

E aí começa o melhor da história: Nossa ceia de Navidad.

Saímos para caminhar um pouco e depois jantar no único “restaurante” aberto da cidade. Durante o dia, só fazemos pequenos lanches para não dar sono e render a viagem, logo à noite, estamos um pouco mais ansiosos por uma refeição mais completa, principalmente meu amado Osvaldo. Um rapaz grande que precisa se alimentar direitinho para manter seu “corpicho” funcionando bem. Só que o tal restaurante, extensão de uma casa, só tinha uma pessoa para atender e outra na cozinha, chegamos bem depois dos que já estavam esperando e esses ainda sequer tinham sidos atendidos, ou recebido o pãozinho. Como já era tarde, desistimos de ceiar e retornamos ao hotel a fim de comer qualquer lanche e dormir. Aí o bicho pegou!

Osvaldo atrás de um tostado e o responsável pela recepção a informar que o hotel não tinha comida. Agora, você imagina a reação de Osvaldo: “Como no hay tostado. Este no es un hotel 3 estrelas?” e o cara da recepção: “Tiene que tener paciência Osbaldo! Por que non piede comida fria?” Aí o bicho pegou!

“Señora, o Osbaldo está mui nervoso”, o tal do cara da recepção falou para mim. E cá com meus botões pensei: O senhor ainda não viu nada ainda. Deixa a fome dele aumentar.

No balcão do hotel, tinham algumas media lunas, e Osvaldo questionou: “Y estas medias lunas, puede comer??? “(coloque uma entonação impaciente). O rapaz serviu e ao comer uma, ele exclamou: “Dêda está horrível! Você só vai conseguir comer uma. Horrível e dura!!!”. Pensei que ele fosse devolver as medias lunas. Que nada! Comeu duas e ainda levantou e pegou a terceira. “Estão horríveis, Dêda. Que hotel três estrelas, é esse!”

Eu estou dando risada até agora da situação. E assim foi a nossa noite de Natal. Maravilhosa por estar ao lado do homem da minha vida e mais divertida de todas.

Ju e Tati amamos vocês!