segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Dia 20: Acá não se mira nada....

Refeitos pela noite de sono, encaramos a estrada. Não reclamo nem um pouco estava morrendo de saudades
Saímos em direção a Chivilcoy, 900 km de estrada. Continuamos no deserto de La Pampa. E tome aridez e tome viento.
O calor agora nosso amiguinho, não deu trégua, só que desta vez, estávamos preparados. Nada de forro ou Power, e Camelback cheio.
Tinham momentos, que a solidão da estrada era tão grande que dava um medão.
E se acontecesse algo? Quem acharia a gente.... Tratei de tirar esses pensamentos da cabeça, abraçar forte meu nego e curtir o nada. Em algum lugar chegaríamos.
Pois é, Dr. Osvaldo sugeriu que deveríamos esticar um pouquinho e ir até Buenos Aires. Dêda, são só mais 200km. Topas? Topei, né.
A minha única preocupação era pegar a noite na estrada, mas um senhor - mais um daqueles curiosos sobre motos e diga-se, que é muito legal interagir com essas pessoas que param a gente e nos fazem sentir celebridades - pois então, nos falou que só anoitece por volta das 22 horas.
Pegamos uma estrada belíssima com campos de girassol por todos os lados. A Argentina é historicamente referência como país produtor de girassol no MERCOSUL. Fiquei emocionada com tamanha beleza e com a quantidade. Se pudesse traria um para mim.
Um ponto de destaque em toda a viagem foi a presença constante de reverencia  ao “Gauchito Gil” nas estradas. É incrível a devoção a ele.
Relatos populares variam, mas em termos gerais, a lenda diz que Antonio Gil era um trabalhador e uma viúva rica se apaixonou por ele, ou teve um caso. Quando seus irmãos e o chefe da polícia (que também era apaixonado pela viúva) descobriram sobre seu relacionamento, o acusou de roubo e tentou matá-lo. “Gauchito” alistou-se no exército para escapar deles.
No exército, ele lutou contra o exército paraguaio . Finalmente, ele poderia voltar à sua aldeia como um herói.
Mas, quando chegou à sua aldeia, ele foi forçado a retornar para o exército para lutar na Guerra Civil argentino . Era um irmão contra irmão e guerra.
"Gauchito" Gil estava cansado de lutar. Portanto, decidiu-se desertar. Durante este tempo ele se tornou um fora da lei e adquiriu uma reputação como um Robin Hood , por seus esforços para proteger e ajudar os necessitados.
No final, os policiais o pegaram na floresta. Eles torturaram e pendurou-o de pelos pés em uma árvore. Quando um policial ia matar ele, "Gauchito" Gil disse-lhe: "Seu filho está muito doente Se você orar e implorar-me para salvar seu filho, eu prometo a você que ele vai viver Se não, ele vai morrer.". . Em seguida, o policial matou "Gauchito" Gil cortando sua garganta. Que foi 08 de janeiro de 1878.
Quando os policiais voltaram à sua aldeia, aquele que havia matado "Gauchito" Gil, constatou que seu filho era de fato muito doente. Muito assustado, o policial orou a "Gauchito" Gil para seu filho. E assim, seu filho melhorou. Diz a lenda que "Gauchito" Gil tinha curado o filho de seu assassino.
Muito grato, o policial deu ao corpo de Gil um enterro digno, e construiu um santuário pequeno para "Gauchito". Além disso, ele tentou deixar todo mundo saber sobre o milagre.
E nós claro, paramos e também fizemos a nossa homenagem a ele. É impossível ficar a parte de tanta devoção.
Mas voltando a estrada, a noite chegou mais rápido do que prevíamos e de repente estávamos na autopista para Buenos Aires.
Andar nessa autopista é o mesmo que participar de uma moto velocidade. Tem velocidade mínima para andar nisso. Ninguém me avisou.
E Osvaldo, coitado, com a viseira toda suja. Visibilidade mínima. Mas a coragem e não ter outro jeito impulsionou a gente.
Chegamos por volta das 22:30 e fomos direto para o Buquebus. E tome fila e tome aduana e tome cansaço.
Nada mais do que 1.154 km .... Me enganou direitinho o nego.
E o melhor, uma travessia de 03 horas. Resultado chegamos em Colônia às 04 horas da manhã.
Uiêeeeee......
E agora procurar hotel. Achamos o único com vaga. El Mirador.
Mas o nome correto deveria ser: El Usurpador. Pois não se mira nada e paga-se um monte. Agora, imagine a cara de Osvaldo. Pior do que o tostado. Mui brabo....
Mas o principal tinha: cama e banho.
Dormimos que nem pedra, pelo menos isso.
Amanhã, vamos acordar um pouco mais tarde. Merecemos e quem sabe já entrar no Brasil. Amanhã...

Ju e Tati, amamos vocês!





























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