Saímos em direção a Chivilcoy, 900 km de estrada. Continuamos no deserto de La Pampa.
E tome aridez e tome viento.
O calor
agora nosso amiguinho, não deu trégua, só que desta vez, estávamos preparados.
Nada de forro ou Power, e Camelback cheio.
Tinham
momentos, que a solidão da estrada era tão grande que dava um medão.
E se
acontecesse algo? Quem acharia a gente.... Tratei de tirar esses pensamentos da
cabeça, abraçar forte meu nego e curtir o nada. Em algum lugar chegaríamos.
Pois é,
Dr. Osvaldo sugeriu que deveríamos esticar um pouquinho e ir até Buenos Aires.
Dêda, são só mais 200km. Topas? Topei, né.
A minha
única preocupação era pegar a noite na estrada, mas um senhor - mais um
daqueles curiosos sobre motos e diga-se, que é muito legal interagir com essas
pessoas que param a gente e nos fazem sentir celebridades - pois então, nos
falou que só anoitece por volta das 22 horas.
Pegamos
uma estrada belíssima com campos de girassol por todos os lados. A Argentina é
historicamente referência como país produtor de girassol no MERCOSUL. Fiquei
emocionada com tamanha beleza e com a quantidade. Se pudesse traria um para
mim.
Um ponto
de destaque em toda a viagem foi a presença constante de reverencia ao “Gauchito Gil” nas estradas. É
incrível a devoção a ele.
Relatos
populares variam, mas em termos gerais, a lenda diz que Antonio Gil era um trabalhador
e uma viúva rica se apaixonou por ele, ou teve um caso. Quando seus irmãos e o
chefe da polícia (que também era apaixonado pela viúva) descobriram sobre seu
relacionamento, o acusou de roubo e tentou matá-lo. “Gauchito” alistou-se no
exército para escapar deles.
No
exército, ele lutou contra o exército paraguaio . Finalmente, ele poderia
voltar à sua aldeia como um herói.
Mas,
quando chegou à sua aldeia, ele foi forçado a retornar para o exército para
lutar na Guerra Civil argentino . Era um irmão contra irmão e guerra.
"Gauchito"
Gil estava cansado de lutar. Portanto, decidiu-se desertar. Durante este tempo
ele se tornou um fora da lei e adquiriu uma reputação como um Robin Hood , por
seus esforços para proteger e ajudar os necessitados.
No final,
os policiais o pegaram na floresta. Eles torturaram e pendurou-o de pelos pés
em uma árvore. Quando um policial ia matar ele, "Gauchito" Gil
disse-lhe: "Seu filho está muito doente Se você orar e implorar-me para
salvar seu filho, eu prometo a você que ele vai viver Se não, ele vai
morrer.". . Em seguida, o policial matou "Gauchito" Gil cortando
sua garganta. Que foi 08 de janeiro de 1878.
Quando os
policiais voltaram à sua aldeia, aquele que havia matado "Gauchito"
Gil, constatou que seu filho era de fato muito doente. Muito assustado, o
policial orou a "Gauchito" Gil para seu filho. E assim, seu filho
melhorou. Diz a lenda que "Gauchito" Gil tinha curado o filho de seu
assassino.
Muito
grato, o policial deu ao corpo de Gil um enterro digno, e construiu um
santuário pequeno para "Gauchito". Além disso, ele tentou deixar todo
mundo saber sobre o milagre.
E nós
claro, paramos e também fizemos a nossa homenagem a ele. É impossível ficar a
parte de tanta devoção.
Mas
voltando a estrada, a noite chegou mais rápido do que prevíamos e de repente
estávamos na autopista para Buenos Aires.
Andar
nessa autopista é o mesmo que participar de uma moto velocidade. Tem velocidade
mínima para andar nisso. Ninguém me avisou.
E Osvaldo,
coitado, com a viseira toda suja. Visibilidade mínima. Mas a coragem e não ter
outro jeito impulsionou a gente.
Chegamos
por volta das 22:30 e fomos direto para o Buquebus. E tome fila e tome aduana e
tome cansaço.
Nada mais
do que 1.154 km .... Me enganou direitinho o nego.
E o
melhor, uma travessia de 03 horas. Resultado chegamos em Colônia às 04 horas da
manhã.
Uiêeeeee......
E agora
procurar hotel. Achamos o único com vaga. El Mirador.
Mas o nome
correto deveria ser: El Usurpador. Pois não se mira nada e paga-se um monte.
Agora, imagine a cara de Osvaldo. Pior do que o tostado. Mui brabo....
Mas o
principal tinha: cama e banho.
Dormimos
que nem pedra, pelo menos isso.
Amanhã,
vamos acordar um pouco mais tarde. Merecemos e quem sabe já entrar no Brasil.
Amanhã...
Ju e Tati, amamos vocês!
Dêda, você é uma guerreira!
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