Às 07 hora fomos despertados para presenciar a parada e
desembarque em Puerto Éden, para ser bem sincera, nós não. Osvaldo levantou, eu
continuei dormindo com o balanço do mar.
Puerto Éden é uma pequena vila na ilha de Wellington, onde
vivem apenas 180 pessoas, entre elas os últimos 16 representantes da etnia Kaweshar,
ou Alacalufes, como foram denominados pelos europeus.
Essa vila, surgiu nos anos 1930 como base de apoio para os
hidroaviões que ligavam Puerto Montt e Punta Arenas. Atualmente é uma
comunidade de pescadores ligada ao resto do mundo, apenas por esta linha de
navegação da Navimag.
Logo depois, eu já acordada - aqui o pessoal tira a gente “mui
temprano” da cama - presenciei a passagem do navio pela Angostura Inglesa;
outro estreito de dar arrepio ao ver o navio passar. Cheio de curvas e com 200m
de largura.
Existe uma pequena ilha com uma imagem de Nossa Senhora e a
bandeira do Chile. É um momento muito especial para a tripulação e o apito do
navio toca de forma emocionante, reverenciando a Protetora.
Tomamos o café da manhã com um grupo do País de Gales, David
(pai) e Michael (filho), que trabalham na Universidade de Cambridge, na
Inglaterra. Muito gentis.
No meio do nada, no oceano, tem um barco abandonado a
séculos. É o Bajo Catopaxi, ou Barco Capitão Leônidas. Diz a lenda, que o
Capitão, vindo do Brasil carregado de açúcar, encalhou o barco de propósito
para receber o seguro. Até o hoje, o esqueleto do barco está lá, e o Capitão
amargou dois anos vendo o sol nascer quadrado.
Conhecemos Florian, que Diretor de Marketing da BMW América
Latina, um alemãozinho super simpático e apaixonado pelo Brasil.
Hoje, a palestra foi sobre a fauna patagônica, conhecemos
mais sobre os pingüins e suas características, como por exemplo, que eles não
enxergam de frente e sim de lado, por isso vivem virando a cabeça.
Que na grande patagônia existem apenas 0,4 pessoas por km2, por isso os pássaros não se assustam tanto com as pessoas. Entre
algumas curiosidades das aves, temos:
O
Queltehue (nosso quero-quero e para os argentinos, tero-tero) que bravinha
ataca até Condor e Raposa. O Tiuque (carcará) que chega a comer 10 kg de peixe
por dia e haja “dejetos” (quero dizer cocô). O Carancho (gavião), chegam a
matar ovelhas picando o olho delas. O Caíquen, aves monogâmicas pelo resto da
vida. Vivem sempre juntos. Se o macho morre, a fêmea trata de arranjar outro
logo, mas se a fêmea morre primeiro, o macho fica sozinho; e é e o macho que
normalmente se apresentam para enfrentar, quando são atacados por predadores -
como tem pouca fêmea (40% para 60% de macho), o macho vai para o sacrifício
protegendo-as. Os Albatrozes que têm um olfato incrível e acompanham os navios
por sentirem o cheiro da comida. O Petrel Damero que passa a vida toda no mar,
só vão a terra uma única vez para se reproduzirem. Vivem na água, bebem água do
mar e dormem na água; já o Albatroz de Curva Negra dorme voando. É bem diversa
as espécies de aves por estas bandas!
O Castor é
uma praga na Tierra Del Fuego. Foram trazido 25 exemplares do Canadá e hoje são
milhões. Se reproduzem duas vezes ao ano, cinco a seis por vez. Imagine isso
após 10 anos! Atualmente a Argentina estimula a caça ao castor por causa dos
danos que estão causando nas florestas. Estão pagando $15 pesos por cabeça. Em
algumas regiões estão esterilizando os castores com produtos colocados nas
arvores.
Isso não
acontece no Canadá porque lá eles tem um predador natural. Tentaram introduzir
a raposa por aqui, mas não deu certo. Elas optaram em comer as aves. Escolheram
o caminho mais fácil. Para que correr atrás de castor, se há tantas aves e
ninhos cheios de ovos dando sopa.
Ficamos
conhecendo também muitas peculiaridades dos mamíferos marinhos, tais como a
foca leopardo, leão marinho, delfim astral, tonina overa, orca (que não é
baleia e sim uma espécie de golfinho), baleia jorobada – jubarta e minke.
Êta fauna
rica!!!
No inicio
da tarde, passamos pelo Canal Messier e caímos no Golfo de Penas e daí o Oceano
Pacifico aberto. E o mar mareou... e como mareouuuu....
De repente
no meio do oceano, as guardiãs aparecerem com seus jatos de água anunciando sua
chegada. As baleias Minkes. Várias, formosas, num balé aquático que somente
elas sabem dançar.
Balança de
cá e balança de lá e no balanço do mar o sol nos convidava a admirar o infinito
do horizonte. Um vento frio, gélido que nos faziam fazer esquisitas caretas
dentro da proteção de nossos agasalhos.
Mas o
estomago, não agüentou e o jeito foi apelar para um remedinho e cama.
Fomos
despertados para o jantar as 19:30, mas nem dá vontade de comer. Primeiro
porque a claridade do dia atrapalha o relógio biológico e segundo esse negócio
de mar aberto “no me gusta mucho.” Mas é só até a noite, logo estaremos em
águas protegidas e a calmaria e a delicia de navegar retornará.
E tome enjôoooo...
Ju e Tati, amamos vocês!
Beleiaaa... Yupiii!!
ResponderExcluirOi Josi!!!
ResponderExcluirMuito lindas!!!. Bjs amiga!!!